Um mergulho no mar, uma batida com a cabeça em um banco de areia e pronto. Aquela visita despretensiosa à praia em 2009 mudaria para sempre a vida do paulista Lucas França.
Ele tinha 22 anos e ficou tetraplégico. No Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, ele foi apresentado ao rúgbi em cadeira de rodas. E foi paixão à primeira vista.
- Com 6 milhões de deficientes visuais, Brasil tem apenas 100 cães-guia
- Surdas, dona e cachorra desenvolvem comunicação por sinais. Veja vídeos
“Imagina! Era aquilo mesmo que eu queria fazer, mesmo não mexendo nada do pescoço para baixo na época. Conheci o esporte com dois meses de lesão. Depois de oito meses lesionado, já estava jogando. Devo muito da minha recuperação ao esporte” confessa.
Na cadeira de rodas, ele está na seleção desde 2013. Nesse período, além dos familiares, os colegas de esporte eram os verdadeiros parceiros. Até que em 2016 uma nova personagem entrou nessa história.
Lucas está no Peru, onde são disputados os Jogos Parapan-Americanos de Lima. A seleção brasileira de rúgbi em cadeira de rodas ficou em quarto lugar na competição.
Paçoca
A fêmea da raça golden retriever batizada de Paçoca é uma cadela de serviço e está com o para-atleta há três anos. Foi uma doação do “Cão Inclusão”, projeto social de São Paulo, que treina cães para auxiliar portadores de deficiência.
“Ela fica praticamente 24 horas comigo quando estou em São Paulo. É uma grande companheira e me ajuda muito no dia a dia.”
O animal colabora com Lucas em diversas atividades básicas, como pegar coisas no chão e acender ou apagar a luz.
“Ela ajuda até a tirar e colocar a minha meia de cano alto do rúgbi. São questões como essas que me dão muito mais autonomia”, diz.
Mundo animal
Na primeira etapa, o cão fica com uma “família socializadora”. São pessoas responsáveis por mostrar o mundo para o animal. Depois, os cães passam por uma etapa junto com o adestrador.
“Eu conheci a Paçoca quando ela tinha um ano e meio. A partir daí, começamos a fazer o treinamento da dupla. Três vezes por semana, a gente fica junto um tempo em um centro de treinamento. E só após dois meses que ela veio para a minha casa. Hoje o vínculo entre nós é muito forte.”
Com informações da Agência Brasil